Parasita presente em carne crua pode ser responsável por aumento de doenças oculares

Por Matheus Barros, editado por Lucas Soares 12/05/2022 14h33, atualizada em 13/05/2022 20h10
Vários tipos de carne bovina e temperos em cima de uma bancada preta
Imagem: Alexander Raths/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Pesquisadores da Flinders University, na Austrália, apontam que um parasita presente na carne crua pode ser o responsável pelo crescimento de casos de doenças oculares. Denominado como Toxoplasma gondii, o parasita foi descoberto há mais de 100 anos.  

De acordo com o estudo, o aumento de casos dessa doença está relacionado com o consumo de carne crua ou mal cozida do gado infectado. Os cientistas também apontam que o parasita pode estar presente em gatos.  

Leia também!

“Estudos em todo o mundo mostram que 30% a 50% da população global está infectada com toxoplasma, mas apesar de sabermos disso, o que não sabíamos era o quão comum era a doença ocular relacionada”, afirmou a autora do estudo, Justine Smith.  

“Embora não haja cura ou vacina, os sintomas da toxoplasmose variam dependendo da idade, saúde e genética do indivíduo infectado”, disse ela. Os principais sintomas são dor muscular, febre e dor de cabeça, que podem durar semanas. 

A pesquisadora afirma que a retina, parte do olho que gera a visão, pode se apresentar de maneira mais vulnerável para a infecção do parasita. “Muitas pessoas são assintomáticas, mas a doença mais comum que vemos na clínica é a inflamação da retina e cicatrizes conhecidas como toxoplasmose ocular”. 

Parasita presente em carne crua pode ser responsável por aumento de doenças oculares. Imagem: New Africa – Shutterstock

O estudo avaliou as retinas de mais de 5 mil pessoas e descobriu que um a cada 149 australianos é afetado pela doença. “Considerando a população substancial de gatos selvagens da Austrália que são conhecidos por estarem infectados, juntamente com altos níveis de agricultura e dietas ricas em carne, é imperativo que entendamos a prevalência da doença em todo o país”, disse Smith.  

“Precisamos que as pessoas estejam cientes de que essa doença existe, para que possam tomar decisões informadas sobre como preparar e comer sua carne”, ressalta o estudo.  “O parasita pode ser morto facilmente cozinhando a carne a uma temperatura interna de 66 graus Celsius ou congelando-a antes de cozinhar.” 

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Matheus Barros
Redator(a)

Formado em Jornalismo pela FIAM FAAM, Matheus Barros iniciou seu trabalho em redação jornalística no portal da RedeTV! e hoje atua como repórter de Internet e Redes Sociais do Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.